Como Brasil e China buscam equilibrar suas balanças comerciais

A diferença entre as importações e exportações continuam sendo um tema recorrente na discussão sobre economia e comércio entre países. Tanto o Brasil, quanto a China enfrentam desafios nesse cenário, mas com situações bem diferentes. De acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Economia, as importações no Brasil apresentaram uma queda significativa de 10% no período acumulado de janeiro a maio deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo Rodrigo Giraldelli, especialista em importação da China, no ano passado, o país tinha importado R$ 23 bilhões de reais, e até agora importou R$ 20 bilhões de reais. “Estamos com dez por cento a menos de importação. Os produtos mais afetados na importação foram adubos e fertilizantes, produtos da indústria química, combustíveis, minerais, óleos, produção, destilação material, betuminoso e cereais”, explica o CEO da China Gate. consultoria pioneira sobre importação da China.

Além disso, o especialista completa um fator importante: no Brasil, a balança comercial tem sido positiva ao longo dos anos, ou seja, as exportações têm superado as importações em valores brutos. Para se ter uma ideia, em 2020, essa diferença foi de cerca de US$ 32,4 bilhões, com o país exportando US$ 209,9 bilhões para a China, e importando US$ 177,5 bilhões daquele país. Para o Rodrigo Giraldelli, essa diferença é normal e tem acontecido dessa forma ao longo dos anos, porém salienta que a maioria das exportações do Brasil são de commodities enquanto a nas importações o grande volume são de produtos industrializados, o que aponta para os grande desafios que empresários brasileiros tem ao fabricar produtos competitivos no Brasil.

Rodrigo Giraldelli argumenta que a diminuição das importações é um reflexo de vários fatores, destacando muitos empresários estarem com estoques altos nesse começo de ano decorrente das compras do ano passado e também da cautela e observação das políticas econômicas do novo governo federal. O CEO pontua que existe um crescimento sólido de 8% nas exportações. “Os números são maiores na exportação. Até o ano passado a gente já tinha exportado, até maio, R$ 37 bilhões de reais, e agora estamos com R$ 40 bilhões de reais. Ou seja, as exportações brasileiras demonstraram resiliência em face desses desafios”, explica.

Rodrigo Giraldelli acredita que apesar das dificuldades enfrentadas no cenário internacional, a economia brasileira continua a se adaptar e buscar oportunidades para crescer. Prova disso, é que o governo e o setor privado estão trabalhando em conjunto para enfrentar os desafios, buscando novos acordos de colaboração com a China para aumento do comércio com os chineses.

Por fim, o CEO da China Gate, pondera que a diferença entre as situações de Brasil e China, também se reflete na relação comercial entre os dois países. “A China é o maior parceiro comercial do Brasil, tanto em exportações quanto em importações, enquanto o Brasil representa apenas uma pequena parcela das exportações da China. Apesar das diferenças, ambos os países precisam lidar com as reações do mercado global e com novas dinâmicas comerciais decorrentes da pandemia de Covid-19. O futuro econômico do Brasil e da China depende de como cada um irá buscar alternativas para equilibrar suas balanças comerciais e continuar a crescer em um cenário mundial desafiador”.

Por Rodrigo Giraldelli, da China Gate, formado em Administração de Empresas e Economia, o paranaense Rodrigo Giraldelli é um dos pioneiros na importação de produtos da China para o Brasil.

Fonte: Como Brasil e China buscam equilibrar suas balanças comerciais

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